A história da arte da queima é tão antiga. Está diretamente ligada à história do fogo. O fogo fascina a humanidade há milhares de anos. Foi onde a humanidade encontrou o poder para moldar a natureza à sua vontade. O fogo foi utilizado como proteção, na caça, como aquecimento, como iluminação, até como forma de registro fazendo uso da madeira queimada para desenhar nas paredes das cavernas, utilizando o chamado carvão simples para desenhar ou criar registros do dia a dia da vida pré-histórica.
A arte da queima como hoje é conhecida com a palavra PIROGRAFIA veio de origem grega e significa “escrita + fogo”. Praticada por culturas diferentes em todo o mundo há milhares de anos, incluindo sociedades antigas na China, Roma, Egito e Peru. Mais de mil anos atrás, na América do Sul, os Nazcas usaram a pirografia para gravar uma pequena xícara de madeira com beija-flores bebendo néctar. Durante a Dinastia Han da China, era conhecida como “bordado com agulha de fogo” e envolvia o aquecimento de hastes de metal para criar desenhos complexos em couro e madeira.
Com certeza, a grande revolução desta arte ocorreu na Idade dos Metais, quando o ser humano dominou a criação de ferramentas metálicas, mas foi na Idade Média que a arte da queima floresceu. Com uso dos monges usando a ponta quente para decorar bíblias e manuscritos. Já na Europa, por volta de 1600, nas tabernas, homens colocavam fogo em lareiras e utilizavam uma ferramenta para acomodar as brasas e a lenha. Essa ferramenta aquecia e em brasa era usada para decorar as mesas e paredes de madeira da taberna e era chamada de “poker”, deu origem ao termo “pokerart” ou “pokerwork”. A primeira pirogravura publicada na Inglaterra como obra de arte foi em 1751.
Já no final do século XIX, um arquiteto de Melbourne chamado Alfred Smart descobriu que a tinta à base de água poderia ser aplicada quente na madeira bombeando vapores de benzolina através de um lápis de platina oco aquecido. Isso melhorou o processo de pokerwork ao permitir a adição de tingimento e sombreamento que antes eram impossíveis. No início do século XX, o desenvolvimento da máquina elétrica de gravação em madeira com fio quente e pirográfica automatizou ainda mais o processo de gravação, e as caixas de luvas pirográficas Art Nouveau e outros trabalhos eram populares naquela época.
Finalmente com o advento da eletricidade veio facilitar muito o trabalho do artista pirogravador. Os primeiros ferros de soldar elétricos foram utilizados com sucesso para a pirografia. Mas, em 1916, houve a primeira patente para o “Hot Point Pen” (ou caneta de ponta quente). O fio que levava energia para a caneta passava por um reostato, que controlava a intensidade da corrente, dando ao artista a variação de temperatura, tão necessária para os efeitos de luz e sombras…
O termo “queima de madeira” é frequentemente usado como sinônimo para a arte, já que a madeira é o meio mais comum usado. No entanto, qualquer superfície receptiva pode ser usada para pirografia, e ao longo do tempo os artistas usaram argila, couro e até cabaças como superfícies nas quais desenhar seus designs. A pirografia também foi usada para decorar utensílios de cozinha, instrumentos musicais, ferramentas e outros itens, como uma forma de tornar essas coisas únicas e distinguir a propriedade.
Assim eu termino neste post, a pequena gigante história da pirografia e as artes da queima, afinal, ainda vou ter muita história para contar, o mais gostos é que em cada pesquisa que faço descubro um pouco mais sobre o mundo da Pirografia e me apaixono cada vez mais!
Abraços calorosos para você!
Bibliografia: M.M. Newman Corporation / Wikipédia / Wood Burner Corner / Sophienburg Museum
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